sábado, 26 de novembro de 2011

"Reidy, a construção da utopia" já está em cartaz em Porto Alegre.

Confira a programação da semana de 25/11 a 01/12 nos cinemas de Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador e João Pessoa:



SÃO PAULO: Espaço Unibanco de Cinema – Rua Augusta - Sala 4 – Horário: 18:00
Cine Livraria Cultura – Sala 2 – Horário: 18:00

PORTO ALEGRE: Cinema Unibanco Arteplex – Sala 8 – Horário: 20:30

RIO DE JANEIRO: Cinema Unibanco Arteplex Rio – Botafogo - Sala 5 – Horário: 20:00

BELO HORIZONTE: Cineclube Savassi – Horário: 16:20

FORTALEZA; Espaço de Unibanco de Cinema Dragão do Mar – Sala 2 – Horário: 14:00

JOÃO PESSOA: Cinespaço Mag Shopping – Sala 1 – Horário: 20:00

SALVADOR: Espaço Unibanco de Cinema Glauber Rocha - Sala 4 – Horário: 14:50

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Filme "REIDY, a construção da utopia" na mídia e programação oficial até 17.11.11

Desde sua conclusão, no ano de 2009, o filme "REIDY, a construção da utopia" já prticipou de festivais de cinema e ganhou prêmios - Melhor filme-documentário do Festival do Rio 2009 e Prêmio "Pólis", Cine Eco Seia 2010, Portugal. Também participou do Premiere Brazil 2010, no MoMa, em Nova Iorque.

Essa semana, duas novas matérias já saíram na mídia (Globo bairros e no site Infoco News) ressaltando o arquiteto Reidy como ímpar para a arquitetura carioca, defendendo a importância de um filme sobre ele e, sobre tudo, a possibilidade de se construir uma cidade igual para todos através de uma arquitetura social.

Além disso, ainda hoje, no Instituto Moreira Salles, acontece uma sessão de pré-estréia do filme com posterior debate com a diretora, às 19h30.

Amanhã, entra oficialmente em cartaz o filme nas cidades. Veja abaixo a programação do filme “Reidy, a Construção da Utopia” referente a semana de 11 a 17.11.11:

Espaço Unibanco de Cinema – Rua Augusta
- Sala 3 – Horário: 14:00
- Sala 4 – Horário: 18:00

Cine Livraria Cultura – São Paulo
- Sala 2 – Horário: 18:00

Espaço Alameda de Cinema – Juiz de Fora
- Sala 3 – Horário: 17:30 – 19:30

Espaço de Unibanco de Cinema Dragão do Mar – Fortaleza
- Sala 2 – Horário: 18:50

Cinema Unibanco Arteplex Rio – Botafogo
- Sala 3 – Horário: 13:00 – 16:30 – 20:10

Cinespaço Mag Shopping – João Pessoa
- Sala 1 – Horário: 18:00

Espaço Unibanco de Cinema Glauber Rocha - Salvador
- Sala 4 – Horário: 19:30

Cinema Unibanco Arteplex São Paulo – Rua Frei Caneca
- Sala 4 – Horário: 14:00 – 15:30 – 19:30 – 21:20

Cineclube Savassi – Belo Horizonte
- Savassi – Horário: 16:20 – 19:40



Quer ler as publicações que saíram na mídia?

MoMa online: Premiere Brazil! 2010
http://www.moma.org/visit/calendar/films/1094

G1: Festival de cinema brasileiro chega à oitava edição em Nova York (19/07/2010)
http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/07/festival-de-cinema-brasileiro-chega-oitava-edicao-em-nova-york.html

Globo bairros: Dos sonhos às construções (10/11/2011)
http://oglobo.globo.com/rio/bairros/default.asp?a=358

Infoco News: Crítica do filme - 'Reidy, a construção da utopia' (10/11/2011)
http://cineinfoconews.blogspot.com/2011/11/critica-do-filme-reidy-construcao-da.html

Em véspera de estréia do filme "REIDY, a construção da utopia", Ana Maria Magalhães participa de sessão com debate no IMS

Em parceria com a Abraci (Associação Brasileira de Cineastas), o Cinema do Instituto Moreira Salles (IMS-RJ) dedica um programa especial a Ana Maria Magalhães, com exibição da pré-estréia do filme "Reidy: a construção da utopia". A homenagem conta também com um debate com a diretora.



SINOPSE

Nascido em Paris e radicado no Rio, o urbanista Affonso Eduardo Reidy é um dos pioneiros da arquitetura moderna. Em projetos notáveis, como o Conjunto Habitacional do Pedregulho, com o qual ganhou a Bienal de 1953, e o Museu de Arte Moderna, Reidy apresenta apuro arquitetônico e elege o homem como o centro de suas atenções.

O filme ‘Reidy, a construção da utopia’ aborda a sua trajetória desde os anos 30 até a construção do Aterro e Parque do Flamengo, em que retoma a cidade como tema central de sua arquitetura. Textos do próprio arquiteto nos contam suas alegrias, decepções e vitórias, além da iluminada contribuição para o Rio de Janeiro nos tempos modernos.

Sua obra é debatida nas entrevistas exclusivas do urbanista Lucio Costa, para quem Reidy era o mais elegante e civilizado de sua geração, da engenheira Carmen Portinho, parceira no Pedregulho e no MAM, do arquiteto Paulo Mendes da Rocha que o relaciona ao urbanismo contemporâneo, e do francês Roland Castro que apresenta um contraponto entre Paris e o Rio.

Com uma arquitetura generosa e alegre, de significação pública, social e estética, que proporciona bem estar e contato com a natureza, Reidy faz parte do cotidiano dos brasileiros. O filme resgata do anonimato um arquiteto popular, como atesta o sucesso do Parque do Flamengo, espaço amplamente utilizado e marco da cidade.

A atualidade de sua obra permite abordar, entre outros temas, o problema da habitação com o crescimento das favelas, o apartheid urbano na divisão entre bairros ricos e pobres, a função social da arquitetura e a capacidade de ação da utopia em transformar o que se pensa e deseja em realidade concreta e construída.

No momento em que a crescente importância das cidades no desenvolvimento dos países valoriza mundialmente o urbanismo, o trabalho de Reidy nos revela o quanto a arquitetura é decisiva para a vida dos habitantes das cidades.

Ao construir a paisagem urbana do Rio, Reidy promove a sua transformação em cidade moderna. Seu trabalho nos revela como a arquitetura é decisiva para a vida dos habitantes das cidades.

Veja mais detalhes sobre a história de Reidy e suas obras no blog oficial do filme http://reidy-ofilme.blogspot.com

FICHA TÉCNICA
2009, 35mm, 77 minutos
DIREÇÃO, ROTEIRO e PRODUÇÃO: Ana Maria Magalhães
PRODUÇÃO: Clear Channel
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA : Dib Lutfi
DIREÇÃO DE ARTE: Carlos Liuzzi
Edição: Marcelo Pedrazzi
SOM: Dolby Digital
EDIÇÃO DE SOM: Beto Ferraz
PESQUISA: Adriana Cursino
DISTRIBUIÇÃO: Espaço Filme

SERVIÇO
Local: Instituto Moreira Salles (IMS)
Rua Marquês de São Vicente, 476
Gávea
(21) 3284-7400
Data: 10 de novembro de 2011
[quinta-feira]
Hora: às 19h30
Valor: R$10 [inteira]
R$5 [meia]
Classificação etária: Livre

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

REIDY e o Museu de Arte Moderna (MAM)

Pode-se dizer que, junto com o Aterro do Flamengo, o Museu de Arte Moderna, fundado em 1953, é o projeto de Reidy mais conhecido pelos cariocas.

Com uma filosofia de que o museu precisa ser um lugar dinâmico, o MAM foi projetado e criado por Reidy. O museu tem um lugar para conferências, discussões, debates, exposições, tudo o que possa atualizar, debates com artistas, como também tem a parte de educação. É o chamado bloco-escola onde houve aulas de gráfica, de escultura. A equipe de projeto instalou um ateliê de gravura, um modelo como não tinha no Brasil.


Antes de existir o projeto do Museu de Arte Moderna como parte do Parque do Flamengo, seu acerco existia dentro do Banco Boavista, fundado pelo Barão de Savedra, mas esse acervo não tinha projeção. Preocupado em dar uma maior visibilidade ao seu museu, o Barão convidou a artista plástica e escultora Maria Martins para ser a diretora, que, por sua vez, indicou Niomar Moniz Sodré, que tinha na época como respaldo o jornal Correio da Manhã.

Além disso, foi nomedado um conselho diretor forte, de pessoas "poderosas", que doaram importantes obras para a instituição e, nesse momento, efetivamente surgiu o Museu de Arte Moderna.

O então prefeito João Carlos Vital disposto a erguer um edifício exclusivo para o musei disse: "eu tenho um bom arquiteto, chefe do meu departamento de Urbanismo, que eu posso designá-lo para arquiteto do museu, e tem a vantagem de não custar nada ao museu."

Reidy planejou e orientou o edifício do Museu, de modo a aproveitar a paisagem do Pão de Açúcar, do Corcovado e do mar. Ele sempre fazia um projeto pessoal em comunhão e integração com o ambiente.

Carmen Portinho, na época trabalhando no governo, juntamente com Reidy começaram o Museu de Arte Moderna quando o local ainda era mar. De modo que as fundações foram feitas a uma profundidade muito grande, de 16 a 20 metros de profundidade. À proporção que iam aterrando a área as fundações eram realizadas. "Foi o pior momento da construção em que eu trabalhei quase que dentro d’água", lembra Carmen.

croqui da fachada norte, perfil do teatro à esquerda

Planta baixa do pavimento térreo

Planta baixa do primeiro pavimento e do subsolo

Planta baixa do segundo pavimento

Reidy isolou o edifício das construções do bloco urbano mais próximo para entender-se diretamente com a paisagem. O prédio foi projetado no sentido horizontal em contraponto ao perfil das montanhas, com a estrutura vazada que leva os jardins até o mar através do próprio edifício, deixando livre grande parte do térreo.

Reidy obteve da escada em casca de laranja o módulo da passarela. O projeto compõe-se de vigas triangulares justapostas com vão livre de cinqüenta e seis metros. Construída em concreto protendido tem 84 metros de extensão, 10 de largura e 14 graus de rampa máxima.

O uso do concreto aparente evidencia o processo formal e sua conversão em estrutura. O arquiteto atribui o mesmo valor aos diversos componentes na sua articulação obtendo o equilíbrio estrutural do conjunto, revela maturidade e autonomia e depura sua linguagem operando vários elementos expressivos com economia de meios, disciplina e refinamento construtivo.

O arquiteto utiliza materiais em seu estado natural, tirando partido de suas cores e texturas, com predomínio do concreto e da alvenaria de tijolo sem revestimento, do alumínio e vidro. Entre a inauguração do Bloco-Escola e a da Galeria de Exposições passaram-se dez anos.

Reidy com o ex-presidente JK em frente da maquete do Museu de Arte Moderna

Mesmo em obras o MAM tornou-se uma espécie de ponto turístico para as autoridades e a elite, e local obrigatório para as mais diversas manifestações culturais e políticas. O espaço lúdico entre a cidade e o parque, com nova ordem de informações visuais busca integrar arte e sociedade.

Reidy adotou uma solução aberta fazendo com que a natureza em volta participasse da obra de arte como um espetáculo oferecido ao visitante do Museu. A eliminação das colunas e a substituição das paredes por placas leves oferecem amplas possibilidades de ordenação dos espaços, com o uso de grandes áreas ou a formação de pequenas salas.

O sistema de iluminação é flexível mesclando luz natural e artificial. A iluminação natural confere um sentido de vida e de movimento aos espaços, beneficiando as obras expostas da variedade de sensações que a luz diurna proporciona.

Nos trechos onde o pé direito é duplo a iluminação é zenital com luz difusa e uniforme, sem sombras e relevo, deixando o ambiente neutro. Nos trechos de menor pé direito, a galeria tem iluminação lateral dando direção ao espaço e relevo aos objetos.

O arquiteto em geral se preocupa com o homem, quer dizer, o que vai utilizar o seu projeto. Daí a conseqüência da função ser necessária e indispensável. Ele não pode também deixar de lado a forma. Ele tem que pensar na forma que vai dar ao edifício.
E uma arquitetura, um museu, por exemplo, é uma obra de arte. E outros projetos dele são obras de arte, em arquitetura. É preciso sentir, ter sensibilidade, se emocionar prá projetar.



Incêndio MAM, 8 de julho de 1978

Na madrugada de inverno em apenas trinta minutos um incêndio provavelmente originado num curto-circuito, atinge o bloco de exposições e a biblioteca, destruindo a maior parte do acervo do Museu de Arte Moderna e as obras de uma retrospectiva do uruguaio Torres-Garcia.

Um ano e meio depois o MAM foi reaberto e atualmente abriga a maior coleção mundial de arte moderna brasileira. Com unidade formal, espacial e construtiva, sua ordem arquitetônica exibe a razão de sua constituição, e no cruzamento entre idéia e realidade fragmentada social e culturalmente, afirma a sua grandeza.


Declaração de Carmen Portinho

"Na ocasião que nós estávamos construindo o Museu de Arte Moderna, apareceu aqui no Brasil um grande engenheiro, pintor, escultor chamado Max Bill.

E foi visitar o museu. E lá ele mostrou ao Reidy, a mim, a outras pessoas interessadas, a fotografia do projeto do edifício onde seria fundada a escola de Ülme. Era uma escola que vinha herdeira da célebre Bauhaus fechada por Hitler.

Aí nós tivemos a idéia de que essa escola podia ter uma similar no Brasil. Na hora da construção do museu o Reidy incluiu no Bloco-Escola um projeto das instalações de uma escola de desenho industrial. Então se pode dizer que a idéia da escola de desenho industrial nasceu no Museu de Arte Moderna.

O Aloísio Magalhães foi um grande comunicador visual, um grande gráfico. Ele era do Museu de Arte Moderna também, então ele fez parte do grupo que fundou a ESDI.
"


Declração de Burle Marx

Esse arquiteto tinha qualidades excepcionais porque não só tinha o lado humilde, mas uma certeza também no que ele fazia. Sempre me defendeu com unhas e dentes, apesar de que na ocasião alguns diretores disseram: - Bom, isso do Burle Marx dar o jardim gratuitamente não quer dizer que nós aceitemos.

Ele achou que era um absurdo e disse: - Vocês não entendem absolutamente de jardins e quem quer sou eu. Reidy sempre compreendeu que os jardins naquele caso eram uma extensão da arquitetura. De maneira que o jogo de volumes, as texturas, o relacionamento de formas teve uma importância muito grande. Porque muitas vezes são verticais como as palmeiras que vão contar como complementação da arquitetura.
"


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ana Maria Magalhães tem seu filme aplaudido ao final da sessão de pré-estréia

A sala 6 do cinema Unibanco Arteplex, no bairro de Botafogo, em plena segunda-feira, quase lotou com a pré-estréia do filme "REIDY, a construção da utopia".

Em uma sessão fechada para amigos e convidados, a diretora Ana Maria Magalhães, após entrevistada por uma televisão universitária e, mais tarde, pela TV Cultura, foi à frente do público, antes da exibição do filme, contar um pouco da importância de Reidy para o Rio de Janeiro e agradecer aos colaboradores e patrocinadores pelo empenho em conseguir espaço em grande circuito para lançamento do filme. Ao final da sessão, o público aplaudiu fortemente, alguns se emocionaram e muitos parabenizaram a diretora.

Ainda há chances de assistir ao filme antes de entrar em cartaz e bater um papo com a diretora. No próximo dia 10 de novembro, quinta-feira, às 19h30, acontece no Instituto Moreira Salles (Rua Marquês de São Vicente, 476 - Gávea) a Sessão Abraci. Um evento aberto ao público, que promoverá, com a presença de Ana Maria Magalhães, um debate após a exibição do filme "REIDY, a construção da utopia" (ingresso: R$10 [inteira] e R$5 [meia])

Confira abaixo algumas fotos do evento de ontem.





Filme "REIDY, a construção da utopia" ganha trailer oficial e material de divulgação em mobiliário urbano

Espalhado pelas grandes cidades, existem painéis em pontos de ônibus, atrás de bancas de jornal e outros pontos que, muits vezes, não lembramos que existem, mas quando vemos algo interessante nos chamam a atenção. Esse é o caso dos painéis de divulgação do filme "REIDY, a construção da utopia", que já estão espalhados pela cidade.

Painel de banca de jornal
O longa e  ntra em cartaz no dia 11 de novembro em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Juiz de Fora e Fortaleza. Com direção de Ana Maria Magalhães, "REIDY, a construção da utopia" recebeu o prêmio de melhor documentário de longa-metragem no Festival do Rio 2009, ganhou o Prêmio "Pólis" no Cine Eco Seia 2010, em Portugale, e tem depoimentos de Paulo Mendes Rocha, Lucio Costa, Carmen Portinho e Roland Castro.

Veja abaixo, em primeira mão, o trailer do filme, com pré-estréia hoje no Unibanco Arteplex, no Rio de Janeiro.



FICHA TÉCNICA
2009, 35mm, 77 minutos
DIREÇÃO, ROTEIRO e PRODUÇÃO: Ana Maria Magalhães
PRODUÇÃO: Clear Channel
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA : Dib Lutfi
DIREÇÃO DE ARTE: Carlos Liuzzi
Edição: Marcelo Pedrazzi
SOM: Dolby Digital
EDIÇÃO DE SOM: Beto Ferraz
PESQUISA: Adriana Cursino
DISTRIBUIÇÃO: Espaço Filme

Sinopse:

Nascido em Paris e radicado no Rio, o urbanista Affonso Eduardo Reidy é um dos pioneiros da arquitetura moderna. Em projetos notáveis, como o Conjunto Habitacional do Pedregulho, com o qual ganhou a Bienal de 1953, e o Museu de Arte Moderna, Reidy apresenta apuro arquitetônico e elege o homem como o centro de suas atenções.

O filme ‘Reidy, a construção da utopia’ aborda a sua trajetória desde os anos 30 até a construção do Aterro e Parque do Flamengo, em que retoma a cidade como tema central de sua arquitetura. Textos do próprio arquiteto nos contam suas alegrias, decepções e vitórias, além da iluminada contribuição para o Rio de Janeiro nos tempos modernos.

Sua obra é debatida nas entrevistas exclusivas do urbanista Lucio Costa, para quem Reidy era o mais elegante e civilizado de sua geração, da engenheira Carmen Portinho, parceira no Pedregulho e no MAM, do arquiteto Paulo Mendes da Rocha que o relaciona ao urbanismo contemporâneo, e do francês Roland Castro que apresenta um contraponto entre Paris e o Rio.

Com uma arquitetura generosa e alegre, de significação pública, social e estética, que proporciona bem estar e contato com a natureza, Reidy faz parte do cotidiano dos brasileiros. O filme resgata do anonimato um arquiteto popular, como atesta o sucesso do Parque do Flamengo, espaço amplamente utilizado e marco da cidade.

A atualidade de sua obra permite abordar, entre outros temas, o problema da habitação com o crescimento das favelas, o apartheid urbano na divisão entre bairros ricos e pobres, a função social da arquitetura e a capacidade de ação da utopia em transformar o que se pensa e deseja em realidade concreta e construída.

No momento em que a crescente importância das cidades no desenvolvimento dos países valoriza mundialmente o urbanismo, o trabalho de Reidy nos revela o quanto a arquitetura é decisiva para a vida dos habitantes das cidades.

Ao construir a paisagem urbana do Rio, Reidy promove a sua transformação em cidade moderna. Seu trabalho nos revela como a arquitetura é decisiva para a vida dos habitantes das cidades.

REIDY e o Aterro do Flamengo


O Parque do Flamengo, oficialmente Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, conhecido popularmente também como Aterro do Flamengo ou apenas como Aterro, é um complexo de lazer que foi construído sobre aterros sucessivos na Baía de Guanabara. O material utilizado para o aterro veio do desmonte dos morros do Castelo e de Santo Antônio. Foi inaugurado oficialmente em 1965 com 1.200.000 metros quadrados.

O Parque estende-se do Aeroporto Santos-Dumont, no centro da cidade, ao início da Praia de Botafogo, na Zona Sul. Entre os elementos do complexo, destacam-se: o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, a Marina da Glória, o Monumento a Estácio de Sá, uma via expressa para veículos, áreas destinadas à prática de esportes, um restaurante e duas praias (a da Glória e a do Flamengo).

DesmonteCastelo - óleo sobre tela de Vítor Meirelles (1885) com uma vista panorâmica do morro do Castelo

Imagens de AMalta sobre o desmonte do Morro do Castelo

No início dos anos 60, desencantado com as dificuldades para realizar suas obras e os limites da relação com o Estado, Reidy pretendia dedicar-se a projetos privados e a participar de concursos no exterior. Tinha 50 anos e um livro sobre sua obra, com prefácio do historiador Sigfried Giedion acabava de ser publicado na Alemanha.
Com a transferência da capital para Brasília foi criado o Estado da Guanabara e seu governador convidou Lota de Macedo Soares para urbanizar o Aterro da Glória - Flamengo. A solução original era utilitária, determinada pela necessidade da expansão viária, e definia-se em quatro faixas de trânsito.

Reidy concordou com a ressalva de não trabalhar mais na Prefeitura. Lota montou o escritório da equipe no próprio Aterro. O trabalho da equipe consistia em solucionar o problema do trânsito, elaborar a construção paisagística e a utilização da área para fins recreativos.

O Parque do Flamengo é único por ser à beira-mar e afastar o trânsito da orla marítima. Com acesso igualmente fácil para todos os bairros e o cenário espetacular do mar e das montanhas. As pistas do Aterro foram rebaixadas para reduzir a altura a ser vencida e o esforço dos pedestres.

Os planos de REIDY para a área do desmonte do morro de Santo Antônio e Aterro da Glória–Flamengo são estruturados numa visão global da cidade e nos fundamentos do urbanismo moderno, solucionando problemas de diferentes escalas com as mesmas ferramentas do projeto.

Desmonte do Morro de Santo Antônio


De acordo com as palavras de Carmen Portinho, em entrevista para Ana Maria Magalhães (diretora do filme "REIDY, a contrução da utopia"): “Reidy queria fazer a passagem dos veículos subterrânea. Porque o veículo é que tem que subir e descer. Não é o pedestre que tem que subir a passarela entende? Mas era dispendioso e a prefeitura não tinha elementos para fazer essa travessia subterrânea. Ele fez um parque para o povo. Não só de lazer, de recreação, como de beleza, de paisagismo... Em vez de começar a construir blocos de habitação, espigões, como era a orientação do governo. Uma parte também que servisse entre migração da Zona Sul e o centro da cidade. A Lota Macedo Soares trabalhou com muito afinco na direção da execução desse projeto, conseguindo que se aprovasse os pontos principais como a passarela.

O Aterro começa com o desmonte do morro do Castelo para ocupar a área onde atualmente está o Aeroporto Santos-Dumont, mas o evento urbano propiciado pelo arrasamento do morro não teve seu destino previamente traçado e nenhuma proposta foi implantada integralmente, deixando como sobrevivência um tecido fragmentado e espaços até hoje sem solução.


Segundo Reidy, o Rio de Janeiro se desenvolve em extensas faixas dificultando os deslocamentos das massas populacionais. O tempo gasto nos percursos diários, da casa ao trabalho, absorve as horas que deveriam ser empregadas no lazer.

Com as vias e o sistema circulatório deficientes, a solução viria através da criação de novos métodos de planejamento.

Vista aérea parcial do Parque do Flamengo

Do momento em que a cidade se desenvolvesse em nome das necessidades lógicas e da problemática coletiva, os construtores seriam muitos e sucessivos, e a autoria teria as marcas do sentimento comunitário de cada época. Caberia ao artista interferir como elemento crítico da sociedade, sugerindo e impondo as soluções.

Reidy fundamenta sua ação no planejamento em grande escala introduzido por Agache e na concepção poético-revolucionária de Le Corbusier. Por três vezes foi diretor de Urbanismo materializando idéias e adotando soluções localizadas ou estruturais, conforme as necessidades da sociedade e os limites reais da relação entre arquitetura e poder.

O urbanista contempla as quatro funções da cidade, habitar, trabalhar, cultivar o corpo e o espírito e circular, articulando relações entre geral e particular, tradição e novo, modernismo e realidade, arquitetura e paisagem. Enfim, isso era o urbanismo que ele pensava em toda a sua plenitude. Mas não era isso o que em geral os administradores queriam.


Trailer do filme "REIDY, a construção da utopia" que fala sobre o Aterro


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Burle Marx e ATERRO

Botânico, artista plástico e desenhista, em seu paisagismo Burle Marx transpõe os princípios da pintura moderna para a natureza viva. Defende as matas e se entusiasma como um amador no sentido pleno da palavra, em processo permanente de pesquisa e criação.

Em seu projeto paisagístico Burle Marx criou áreas de interesse com terraços, jardins, pátios com fontes, repuxos d’água, locais para a exposição de escultura ao ar livre, e grandes gramados que conduzem a vista para baía além do emprego de árvores que dão sombra e em determinadas épocas do ano flores.

Aprecia o modo de Reidy trabalhar equacionando as necessidades de todos os profissionais envolvidos sem prioridades e procurando novas proposições para solucionar problemas de resolução de espaços com inventividade e conhecimento. Para Burle Marx, no convívio que mantiveram durante muitos anos, a amizade e o sentido profissional se misturavam resultando numa atitude permanente de equilíbrio.

Nas longas conversas que mantinham, Reidy investigava a razão das propostas e soluções, o critério para escolha da vegetação. Burle Marx admirava o entusiasmo do arquiteto experiente interessado nos menores detalhes da construção de um jardim.

O parque do Flamengo idealizado para ser um “pulmão” da cidade alia natureza e técnica. Espaço público central, aberto a todos e de conformação precisa, é o mais querido e utilizado pelos cariocas.

Burle Marx considerava Reidy um arquiteto sóbrio e revolucionário que destinou quase toda a sua obra à comunidade, com exceção de duas casas que projetou para Carmen. “A respeito dos jardins ele sempre discutiu e teve um entusiasmo pelo meu trabalho”, conta Burle Marx.

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Para MAX BILL (designer gráfico, designer de produto, arquiteto, pintor, escultor, professor e teórico do design, cuja obra o coloca entre os mais importantes e influentes designers do século XX), uma cidade como o Rio de Janeiro, toda de frente para o mar, o terreno é inconsistente... É sempre um território que é ganhado do mar. No caso do Reidy particularmente então, mais uma vez, toda aquela frente magnificamente ajardinada que nós conhecemos muito bem, Flamengo, Botafogo, é trabalho do Reidy. Aqueles ganhados do mar e aquela urbanização da frente toda.

Ele ainda completa: "Esse é um dos projetos mais intrigantes, mais belos do Reidy. A urbanização daquilo tudo. Colheu da experiência mundial já admiradíssima na época e usou isso no seu projeto, por exemplo, e principalmente convocou Burle Marx para fazer os jardins. Esse projeto é assim interessantíssimo sobre essa visão de transformação da natureza por desejos e necessidades humanas. Que é como que se a paisagem natural do Rio, magnífica, precisasse ela mesma se urbanizar e se domesticar para chegar enquanto já um jardim até a frente das ondas do mar. Isso é muito lindo, esse projeto.

É uma visão encantadora da consciência sobre jardins. É um contraponto com o outro jardim mais conhecido da nossa civilização ocidental, os jardins franceses com tudo cortadinho, os buchinhos e coisa... E esse jardim nosso, um tanto elogio lírico da própria natureza, é muito lindo. Enquanto trabalho objetivo e seriíssimo do ponto de vista da engenharia.

Porque isso pressupõe, a realização disso, no sentido de coisa material feita: muralhas de cais, dragagens pra você repor territórios aplainados, drenagens, mecânica dos solos, mecânica dos fluidos... São trabalhos de alta excelência do ponto de vista da técnica, e realizam coisas assim, aparentemente, de uma singeleza qual possa ser um jardim. Esse é um dos trabalhos mais lindos da arquitetura, na minha opinião, urbanismo, arquitetura do século XX, como transformação e realização da cidade.

Porque a natureza se vale à pena, convocando a memória do Reidy, pode-se dizer que é um desastre, ela por si. Ela precisa ser surpreendida e revelar os seus mistérios, os seus segredos. Essa parte fenomenológica da natureza.

Portanto pra nós a consciência é tão grande de tudo isso, americanos e particularmente brasileiros, que se você imaginar que já podia estar ali há mil anos atrás, naquelas praias, olhando aquela paisagem aquilo seria lindo, mas para nós não é. Porque o essencial é a cidade.
Mas você quer ver um horizonte, onde podia se convocar inclusive o Reidy, como quem diz: falta tanta que ele faz, fará mais ainda quando nós tivermos que enfrentar o quê?

É possível imaginar um projeto para nós, de uma expansão da vida humana no universo. Ou seja, se esse planeta sucumbir, digamos assim, se exaurir, podemos imaginar novos espaços para inaugurar no universo. Como quem diz: como seria o MAM em Marte? Do Reidy, o MAM do Reidy. E os jardins do Burle Marx nos anéis de Saturno, desenhados pelo Reidy? Então nós todos temos que imaginar que seremos os Reidys do futuro!
"

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

REIDY e o Minhocão da Gávea


O Conjunto Habitacional Marquês de São Vicente, mais conhecido como Minhocão da Gávea, também foi projetado, na década de 50, pelo arquiteto e urbanosta Affonso Eduardo Reidy.

No início dos anos 40, a prefeitura extingue algumas favelas em bairros no Centro do Rio de Janeiro e constitui o “Parque Proletário” para abrigar seus moradores, com o compromisso de transferi-los para habitações definitivas num prazo de seis anos. O Conjunto Residencial Marquês de São Vicente é projetado para essa comunidade com cerca de cinco mil e duzentas pessoas, da qual setenta por cento é constituída por famílias de trabalhadores com profissão estável. Mais aí começaram as discussões políticas e o projeto foi atrasado e modificado.

Reidy não chegou a ver o complexo residencial realizado, mas deixou todo pronto. Bem maior do que o “Pedregulho”, efetivamente foi construído apenas o prédio sinuoso. Já o resto do conjunto residencial não saiu do papel.


O projeto original de Reidy previa a construção de 748 apartamentos, creche, escola primária e secundária, playground, mercado, lavanderia, posto de saúde, igreja, teatro, campos de esportes, administração e um departamento de serviço social. Só o bloco principal, as lavanderias e o posto de saúde efetivamente foram construídos. Não foram construídos os demais sete blocos. O campo de futebol e o ginásio usado como salão de festas foram doados por uma ex-vizinha, que morava no luxuoso condomínio ao lado.

Para quem não sabe, Reidy projetou, inclusive, a rua que ligaria o bairro da Lagoa ao da Barra. O equipamento, para a ligação viária Lagoa-Barra através de um túnel sob os Dois Irmãos, cuja construção já havia sido iniciada, também não foi concluído. Essa avenida cortaria o terreno do conjunto residencial com rebaixamento de pistas destinadas ao tráfego, que passaria em nível inferior ao da larga passagem de pedestres, e restabeleceria a ligação entre as duas partes do conjunto. O projeto previa absoluta separação entre as circulações de veículos e as de pedestres.



Segundo declaração da esposa de Reidy, dada à diretora do Filme "REIDY, a construção da utopia", Carmen Portinho lembra que Reidy já tinha morrido, eu já tinha me aposentado, e aí eles fizeram o que bem entenderam ou o que mais conveniente foi para todos os demais interessados. E resolveram cortar uma parte dos edifícios e passar um túnel por lá. Mas é gente de baixa renda, ninguém quer saber de atender. Aquilo foi um crime. A rua passava em outro lugar. A rua não atravessava o conjunto. Fizeram outras coisas lá. Largaram o prédio lá sozinho. O prédio deixou de pertencer a uma “unidade de habitação”. Quer dizer, estragaram tudo. E por fim, acabaram com o departamento. O Departamento de Habitação Popular deixou mais dois conjuntos construídos, e um projeto de Reidy para os habitantes desalojados da favela do morro das Catacumbas. As curvas de Reidy, inspiradas nos edifícios “auto-pistas” de Le Corbusier, reinventando o meio transtornado, promovendo o bem estar social, e integrando natureza, arquitetura e urbanismo, são a síntese do possível. Elas nos lembram que a habitação é fator determinante para o futuro das cidades..

O conjunto atualmente possui 308 apartamentos, cerca de 1500 moradores, seis porteiros e não possui elevadores. Nos primeiros andares ficam pequenos apartamentos com sala, banheiro e uma pia instalada que se passa por cozinha. Variam de 25m² a 30m². Os duplexs, instalados no quarto e no sexto andares, medem em torno de 45m².


Algumas declaração de moradores

"É um inferno, né? Não é barulho, é um inferno depois que passou esta auto-estrada aqui."

"São 24 horas de barulho. São 24 horas. No verão é uma coisa de louco. Ninguém pode assistir a televisão com as janelas abertas por causa do calor. Fora isso é a fumaça que vem. A gente limpa de manhã, de tarde ta sujo."

"É, eu não respiro a noite."


terça-feira, 1 de novembro de 2011

REIDY e o Teatro Armando Gonzaga


Construído pelo arquiteto e urbanista Affonso Eduardo Reidy, o teatro possui 278 lugares, com jardins de Roberto Burle Marx e painéis laterais de Paulo Werneck. Reidy, que gostava de unir em seu trabalho a estética e a função, projetou a ocupação da área do teatro para um quarteirão inteiro do bairro de Marechal Hermes, subúrbio do Rio de Janeiro.

A partir de sua inauguração, pelo prefeito do Distrito Federal Dulcídio do Espírito Santo Cardoso, em 19 de abril de 1954, o Teatro Armando Gonzaga se tornou uma importante opção de lazer e cultura na zona norte da cidade. Seu nome é uma justa homenagem ao jornalista e dramaturgo Armando Gonzaga (1884-1953), grande satirizador dos costumes sociais na primeira metade do século XX.


O teatro Armando Gonzaga se firmou como uma importante opção de lazer e cultura para o bairro e redondezas. O espaço atrai pessoas de diversas idades, com espetáculos de dança, música, cinema e teatro. O teatro tem um papel ativo no fomento cultural da região através de escola de dança, cursos de teatro para adultos e crianças e de um núcleo avançado da Escola de Música Villa-Lobos.

Tombado em 1989, o prédio passou por uma ampla reforma, em 1996, modernizando a sua estrutura física e melhorando o conforto para a plateia e os atores.


1 e 2 - Suas formas simples e retilíneas, formadas por laje contínua com frente e fundos mais altos que sua parte central, formam um volume de visual leve e parece estar suspenso no ar. Um aspecto marcante do projeto é a laje na entrada principal que serve como cobertura para o público que chega ao teatro.

3 e 4 - Passando pela entrada principal, chegamos ao foyer, iluminado e ventilado, onde ficam localizados os banheiros nas laterais sobre mezaninos de forma simétrica, as escadas que levam aos banheiros são caracóis que são ocultadas por paredes de volume curvo, com uma estética bastante suave. No centro está localizada uma pequena sala destinada à audio e vídeo e iluminação, que atente ao palco. O auditório tem a capacidade de comportar até 300 pessoas, possui o piso da platéia rebaixado para garantir uma visualização homogênea.

5, 6 e 7 - Nas laterais do palco temos as coxias, marcantes por suas áreas bastante extensas. Os camarins são bastante amplos e possuem banheiros.

8 e 9 - O acesso de artistas e funcionários se dá na parte posterior do teatro