segunda-feira, 31 de outubro de 2011

REIDY e Carlos Drummond de Andrade

Hoje, 31 de outubro, se comemora o nascimento do grande escritor Carlos Drummond de Andrade. Dia de festa, para a qual outros poetas devem ser convidados. O dia que estão considerando como "Dia D" (esse D de Drummond) é dia de todos, dia dado de bom grado por aquele que nos deu A rosa do povo, Claro enigma, A vida passada a limpo e tantas outras maravilhas.

Muitas pessoas não sabem, mas Drummond foi contemporâneo de REIDY. Quando do lançamento da pedra fundamental do atual Edifício Gustavo Capanema (ou Palácio Capanema), no Centro do Rio de Janeiro, em 1947, houve o discurso do então ministro Gustavo Capanema com a presença de Carlos Drummond de Andrade, Roquette-Pinto etc.  O edifício é considerado um marco no estabelecimento da Arquitetura Moderna Brasileira, tendo sido projetado por uma equipe composta por Lucio Costa, Carlos Leão, Affonso Eduardo Reidy, entre outros, com a consultoria do arquiteto franco-suíço Le Corbusier.

O poeta conquistou o apoio do Ministro Capanema que levou Lúcio Costa ao presidente da República (Getulio Vargas) para convencê-lo a trazer Le Corbusier ao Brasil.

Aqui no Brasil, o Museu de Arte Moderna só foi reconhecido depois que os Estados Unidos mandaram um arquiteto para fazer um levantamento do que se fazia aqui no Brasil, já como coisa moderna, aí que a imprensa, os críticos brasileiros aí que desconfiaram e começaram a levar a sério. Aí houve um movimento de aceitação. Depois desse louvor público do estrangeiro.

Em um momento de tristeza pelo falecimento de REIDY, Drummond despedindo-se do arquiteto escreveu: “A morte de Affonso Eduardo Reidy desperta-me antes de tudo uma sensação de coisa errada, fora de norma e ritmo. Como se ele, cedendo à modéstia, houvesse furado a fila dos mais velhos, que estavam na sua frente, para chegar primeiro. Reidy era a distinção, a finura em pessoa, não podia passar à frente de outros. Tinha um modo tão seu de trabalhar em discrição, como tantos outros trabalham em apoteose. Sua vida merecia ter sido longa e protegida dos males cruéis. E depois, apenas um cinqüentão, ele tinha ainda muito que fazer por causa do muito que já fizera. Nós, usuários dessa criação, estamos sempre exigindo mais. Nada pedimos aos omissos e aos estéreis, mas de um sutil manipulador de forma e espaço, como Reidy, quanta coisa se podia esperar ainda!

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