quinta-feira, 27 de outubro de 2011

REIDY e o Palácio Gustavo Capanema


O Palácio Capanema é um dos primeiros exemplares da arquitetura moderna no Brasil. Foi construído em um momento durante o qual o Estado intentava passar uma sensação de modernidade ao país, o que se refletiu tanto no projeto do edifício quanto no contexto histórico em que se insere. A construção ocorreu entre 1936 e 1945 e o edifício foi entregue em 1947.

Inspirado e influenciado pelas idéias de Le Corbusier, o arquiteto e urbanista Affonso Eduardo Reidy faz parte da equipe de arquitetos que no fim da década de 1930 projeta o edifício-sede do recém-criado Ministério de Educação e da Cultura (edifício conhecido hoje como Palácio Gustavo Capanema). Aí trabalha sob a direção de Lúcio Costa, com a colaboração do próprio Corbusier.



A decisão de convidar o próprio Le Corbusier para trabalhar como consultor do projeto é parte de um acordo entre Lucio Costa e Capanema. O arquiteto franco-suíço chega então ao país, em 1936, para assessorar diretamente o plano do ministério e para elaborar o primeiro esboço da Cidade Universitária que se pretendia construir na Quinta da Boa Vista, mas que nunca saiu do papel.

O Palácio Capanema é conhecido também como o prédio do MEC, pois funcionou como sede do Ministério de Educação e Cultura. Na transferência da capital para a Brasília o nome mudou para Palácio da Cultura.O nome atual (desde 1985) é uma homenagem ao ministro que, na época, ordenou sua construção.

Construído numa área de 27.536 metros quadrados, o projeto procura seguir de modo bastante fiel as recomendações de Le Corbusier para o que ele considerava uma "nova arquitetura": seu bloco principal está suspenso sobre pilotis, possui a estrutura portante livre das paredes e divisórias internas, e está vedado por cortinas de vidro. Foi um dos primeiros edifícios, em todo o mundo, a fazer uso do recurso do brise-soleil (quebra-sol) a fim de evitar a incidência direta de radição solar em sua fachada norte.




A escolha dos materiais da construção foi também bastante arrojada: ferro e concreto, combinação de gnaisse e painéis de azulejos. Foram usados mármore de lioz, tijolo de vidro inglês misturado com mármore amarelo.

Possui amplo jardim externo e jardim suspenso, projetados por Roberto Burle Marx.

O revestimento externo é feito por azulejos de Cândido Portinari, há importantes peças de escultura de Celso Antônio na escada de Lipschitz, na parede externa do auditório e de Alfredo Ceschiatti nos jardins. Há também obras de Guignard e Pancetti.

O local abriga uma biblioteca, uma livraria, sala de espetáculos, auditórios, salão de exposições, arquivos digitais e sonoros e estruturas administrativas do Ministério da Cultura e de suas instituições vinculadas. Funcionam diversos órgãos – Funarte, Biblioteca Noronha Santos, as Representações dos Ministérios da Educação e da Cultura no Rio de Janeiro, dentre outros. Lá funcionou a primeira sede do Iphan, atualmente transferida para Brasília. Grande parte do acervo dessa instituição pioneira na América Latina, com mais de 70 anos, ainda se encontra no prédio.




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