quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A síntese da obra de REIDY

A obra do Reidy, em síntese, pode-se dizer que foi não só uma obra de um arquiteto, mas também uma obra social. Ele procurava fazer uma coisa que servisse às necessidades sociais, utilizada pelo homem.

Reidy com Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, ao fundo

Veja algumas declarações sobre Reidy e seu legado

- LUCIO COSTA (arquiteto e urbanista)

Ele era o mais civilizado dos nossos arquitetos. Naturalmente. Aquela coisa natural, sem qualquer pretensão ou esforço. “Je suis comme je suis”, aquele negócio da canção. E uma pessoa de um caráter excepcional. Confiável, muito confiável.

Ele conseguiu botar esse movimento renovador que estava ocorrendo numa trilha de apuro arquitetônico, uma trilha elegante, digamos. De modo que eu acho que a presença dele neste momento foi fundamental.

- CARMEN PORTINHO (ex-esposa, arquiteta e urbanista)

Ele trouxe muita coisa prá arquitetura. Como também de fazer uma habitação popular, um parque pro povo, um museu, um edifício de pensões, a escola do Paraguai, um oferecimento do Brasil ao Paraguai.

Eu considero a arquitetura de um grande arquiteto que não tem até agora reconhecido no seu país o seu valor como arquiteto.

- PAULO MENDES DA ROCHA (arquiteto e urbanista)

Se há uma memória que convoca o plano afetivo da minha formação, é a memória do Reidy. Pelo trabalho dele, desde o tempo de estudante isso me acompanha como uma estrutura muito consistente no sentido de dizer o que é, do que se trata a arquitetura. E, entretanto, por felicidade suprema minha ainda pude conhecê-lo pessoalmente.

Certa vez, eu pus um projeto na Bienal de Artes de São Paulo e ganhei o grande prêmio Presidência da República com o Reidy no júri. E ele me telefonou depois, queria me conhecer. Eu fui ao Rio e estive com ele muito brevemente. Mas o trabalho dele tem uma importância na formação dos arquitetos, creio que do mundo inteiro, mas dos brasileiros sem dúvida muito forte. Esse parlatório nas cidades se transforma, se multiplica de modo tão gentil que você podia dizer um desses lugares é o bar.

O que seria da crônica do Rio de Janeiro sem os bares e os botequins?

O Reidy tem um trabalho, uma maneira de enfrentar a questão da arquitetura eminentemente demonstrativa da possibilidade de fazer aquilo que você pensa. Porque uma coisa interessante de considerar e que você pode logo remeter para a idéia de cidade é que existe antes que se faça. É um desejo.

Eu acho que o Reidy não é nada de utópico, ao contrário ele tem uma visão muito objetiva da possibilidade da técnica em relação à realização desses desejos.

Você podia dizer, por exemplo, que uma das virtudes que podia se ressaltar na obra do Reidy é a capacidade que tem o seu desenho de demonstrar claro, como quem demonstra para ensinar, e dizer faça você também e continue o êxito da técnica.

A cidade é uma grande casa. Do ponto de vista de uma visão, digamos feminina, é o único lugar que você pode imaginar o futuro dos filhos.

A cidade é muito maternal, eu tenho a impressão. Sem escolas, sem hospitais, sem creches, sem diversão, sem possibilidade de transmissão de conhecimento que a cidade promove...

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